A gente pensa uma coisa, acaba escrevendo outra e o leitor entende uma terceira e, enquanto se passa tudo isso, a coisa propriamente dita começa a desconfiar que não foi propriamente dita. Mário Quintana

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Exatamente há um ano..

Todo ano nessa época temos na cidade uma festa muito importante pro pessoal daqui, algumas dessas pessoas guardam economias o ano todo pra torrar nessa festa, no ano passado fazia pouco tempo que eu ficava com o “A” e como ele não podia ir, pois a ex ainda estava distribuindo tapas e barracos gratuitos a quem estivesse perto dele, ele me chamou para ir a um churrasco em comemoração ao niver de um amigo, ficamos a tarde toda enchendo a cara e avisei que eu iria à festa com meu primo “D” que abandonou a Aldeia há alguns anos e só veio pra isso, meu primo coitado foi bem antes de mim com a parentaiada, minha tia, minha mãe, alguns priminhos, e o filho dele passearam, viram as vacas, andaram no parque de diversões e essas coisas de criança, marcamos que quando ele despachasse a turma me ligaria para a hora dos adultos rs. O lindo “A” fez questão de me levar em casa pra tomar banho e depois ainda me deixou na festa apesar de não entrar, pela amizade que tenho com meu primo eu sabia que valeria a pena mesmo sem ele, adentrei ao recinto encontrei meu primo demos umas voltas, quando acabou o show sei lá de quem fomos a melhor parte, a festa dentro da festa, é o camarote de um rancho muito tradicional aqui na Aldeia, onde a galera é mais jovem, as pessoas mais interessantes se bem que infelizmente oferece mais do mesmo sempre caras fortinhos metidos a  milionários e as meninas aspirantes a panicats, como fui pra beber e dar risada com meu primo nem dei moral pra esse povinho. Eu reforço que já tinha bebido muito durante a tarde e retornamos a ativa lá dentro, mas dessa vez no red-red (whisky com energético) foi um, dois, três, ai um de novo, dois de novo e eu já não sabia mais fazer conta, rolei de rir do “D” que contava que quando criança/adolescente não tinha dinheiro pra ir, ia a pé nos dias que não pagava entrada e que comia bastante em casa pra não sentir fome na festa, hoje ele vai no camarote come e bebe o quanto quiser, ficou até emocionado, e ele merece o lugar que está hoje. Como sertanejo é o que predomina no interior de São Paulo, não poderia dar outro ritmo, eu não gosto, and I swear of god que não tenho nenhum cd ou DVD disso em casa, mas não ligo quando rola isso nos lugares, afinal tá no inferno abraça o capeta e na balada eu não to nem vendo, visto a bota, chapéu, cinturão (metaforicamente) e caio na pista. Encontrava umas amigas minhas e logo me perdia delas novamente pois ao contrário de mim elas ficavam explorando o ambiente, em um desses encontros deixei meu primo conversando com uma pseudopanicat e dei uma volta com elas, em meio aos fortudos encontrávamos sempre um povim de fora, de cidades da região alguns até bem afeiçoados, assim, um ou outro chamava pra dançar eu já lançava que não sabia, mas eles sempre insistem e eu não me fazia de rogada, uma hora fiquei até com vergonha de tão bonito que era rapaz e pior, que poderia insistir tanto para dançar comigo, tava na cara que ele não era daqui enquanto conversamos percebi a fatídica iniciativa dele em me beijar, tive de recusar, chorando mas o fiz não poderia beijá-lo sabia que a culpa me perseguiria e o “A” não merecia tal adorno. Resolvi voltar à presença do meu primo que, primo ou não, espantava investidas masculinas, mas não durou muito, as meninas vieram ao meu encontro e junto delas os rapazes. Em partes foi bom, pois conversar não mata e não gera chifre, se bem que intenções sim e pensando nisso eu fiz uma besteira, to confessando agora no meu blog quase anônimo, pois já não tenho esperança alguma com o “A” e depois dessa não devia ter mesmo, mas tínhamos acabado de nos conhecer, a ex dele estava perturbando, não tínhamos assumido um namoro ou coisas do gênero e a festa é uma vez ao ano, muita gente de fora, não querendo me justificar mas já o fazendo, são bons motivos concordam? Não né? Eu sei, eu não presto, mas sou assim, impulsiva e como diria Vanessa da Matta, “não me deixe só”, by the way acho que essa música foi feita pra mim, mas voltemos ao assunto, encontrei novamente o rapaz bonito que dançou comigo ele disse que conversamos tanto e ele ainda não sabia meu nome, sem pensar duas vezes respondi Ana (mesmo não sendo, jamais falaria meu nome pra um estranho e de outra cidade) ele não questionou, eu perguntei o dele que prontamente respondeu Jason no inglês mesmo (dieison) eu rolei, falei você ta mentindo pra mim, ninguém pode chamar Jason, isso é nome de assassino de filme, você está me zuando não quer falar não precisa, mas eu não acredito que seja esse. Ele tirou a CNH me mostrou e era isso mesmo, me senti até mau, vejam só eu que não me chamo Ana duvidando do nome do rapaz, o tempo passou e mais um copo e outro e beijos e tal, me “lembrei” que até então não havia sequer perguntado o nome dele, e ainda disse isso assim super espantada na maior ingenuidade me fazendo de distraída, ele sem entender direito disse lógico que já, você me perguntou sim. Eu reafirmei, imagina só, não perguntei não, como eu não lembraria? Ele começou a rir, achou que eu estivesse brincando e falou meu nome é Jason. Eu olhei pra ele e juro falei, mentira ninguém chama Jason. Voltamos às discussões sobre o nome, por fim ele disse que tinha até me mostrado o documento e disfarçou, eu sorri e disfarcei também, achei que resolvera a situação mas o pior ainda estava por vir, minhas amigas me gritaram pra dizer que iam dar uma volta, elas gritaram o meu nome, o VERDADEIRO e eu atendi, imaginem a reação do moço ao saber que após tudo isso eu não era a Ana, ele acabou a bebida disse que ia procurar um amigo. Eu, com o copo e o coração na mão fiquei parada vendo ele se perder na multidão. Realmente esqueci que já havia perguntado o nome do rapaz e por duas vezes, só me lembrei quando ele disse que tinha me mostrado a identidade, mas já era tarde. Só pude temer pela minha alma.

Só por hoje.

Um comentário:

Índia disse...

Aldeiaaa! (Já que não sei seu nome) Me diverti muuito com a sua aventura, você tem uma veia cômica excelente! E olha, eu quase fiquei bêbada só de ler o tanto que você bebeu, acho que teria entrado em coma alcoólico e saiba que gosto de álcool! A parte mais interessante é a das apresentações, a sua fajuta e descoberta em tão pouco tempo. Hahahaha

Adorei!