A gente pensa uma coisa, acaba escrevendo outra e o leitor entende uma terceira e, enquanto se passa tudo isso, a coisa propriamente dita começa a desconfiar que não foi propriamente dita. Mário Quintana

sábado, 21 de julho de 2012

A primeira desmascarada...


Em meados do ano passado era época de vacas gordas aqui na aldeia tanto eu como as principais amigas estávamos com nossos respectivos “rolos”, digo rolos por que nenhum deles vingou, aos poucos todas fomos nos desiludindo e restaram só histórias. Algumas ainda mantêm o contato como é o caso da Ana (agora com nomes) que apesar de ter sido enrolada por dez anos ainda tem o rolo na agenda do celular, aliás considera ele um grande “amigo” fato que seria normal se ele não tivesse passado por três namoros enquanto ficava com ela e se eles realmente tivessem parado de se encontrar. Ele faz faculdade no mesmo lugar que eu, costumo vê-lo e informá-la da situação. Já saí com eles algumas vezes nas antigas e ele é mesmo gente boa, tirando essa “enrolação” que acompanho de perto e acho triste. Dias atrás uma amiga nossa Mônica que agora mora na capital veio à Aldeia pra visitar a família e quando ela vem, faz questão de nos reunir pra atualizar as conversas e pegar uma baladinha por ai pra matar a saudade. A gente se conhece há muitos anos, ela acompanhou a saga A e H desde o início, foi até uma espécie de cupido pois é muito amiga deles. Eu acompanhei também mas de um outro ângulo, na época eu era amiga da ex-namorada dele, coisas de adolescentes rs mas nunca tivemos problemas com isso, sempre evitei tomar partido.
Quando ele soube que a Mônica estava na cidade, ligou pra Ana supostamente pra pegar o telefone da Mônica e acabou se incluindo no passeio, marcaram tudo para as 22h. Até ai tudo bem. Passível de acontecer com qualquer um, a não ser pelo fato de que uns meses antes, do nada, ele ligou pra ela dizendo que ia casar, que era pra ela esquecê-lo e sem dar tempo de resposta desligou o telefone. Ela chorou, xingou, amaldiçoou cada descendente que ele venha a ter e enfim se conformou, não se falaram desde então. Ela dizia que não pensava mais nele, que já tinha perdido a graça e que ao contrário de todas que se deixam pisar, ela quando não é bem tratada perde o encanto pela pessoa, achei palavras muito sensatas, acreditei em cada uma e até tive um pouco de inveja pensando que eu poderia também esquecer tão rápido, poder controlar o semi-infarto, o rubor facial, a sudorese ou ao menos formular uma frase completa e com algum sentido quando estou perto do “meu” rolo.
Após combinar com ele, ela ligou pra mim e pra Mônica, contou que teríamos companhia mas que seria algo rápido, daríamos uma volta pra beber alguma coisa e o deixaríamos aqui pra então fazer o planejado que era sair da Aldeia em busca de aventuras longínquas kkkk. Como ela já tinha aceitado o auto-convite, não cabia a mim alertá-la do perigo, só perguntei se teria mesmo essa coragem, como a resposta foi firme e confiante pensei só em gritar TRUCO mas acho que não falei mais nada, desliguei o telefone e me veio à mente uma frase clássica do HIMYM: it’s gonna be legen... wait for... dary. 
Sábado, 22h, a Monica buscou a Ana, que buscaram a mim, que buscamos o H. Ao pararmos em frente a casa dele a cena que presenciamos foi tipo mastercard não tem preço. O escândalo que ela fez ao vê-lo foi impagável. Juro. É de praxe preferir os bancos da frente do carro e como a Ana foi a primeira a ser pega, sobrou o banco de trás pra mim, assim o H iria atrás comigo, teoricamente, pois quando ele saiu da casa, ela pulou do carro como uma criança que ganha um presente e disse: Eu vou atrás com o “Hzinho”... Pensei, Hzinho?? Como assim?? Não dá pra descrever o tanto que eu ri (por dentro) ao ver aquilo. Ela que estava tão equilibrada, conformada, que teve uma atitude tão adulta após o fim do quase relacionamento de 10 anos, disse que não tinha nada a ver sair com ele, que apesar de tudo eles ainda eram amigos e só amigos, após todo esse sermão, ela estava ali, se comportando daquele jeito, como uma adolescente ou sei lá o quê.  Pra mim foi glorioso, até um alivio posso dizer. Eu não entendo bem como certas pessoas conseguem agir com tanta frieza enquanto eu estou “morrendo” pelo outro ainda. Descemos os quatro num posto de gasolina lotado pra comprar umas cevas e decidir o que fazer com ele que agora é noivo, logo, não poderíamos dar bandeira. Nós três num medo iminente fomos a um lugar bem afastado da população, tomamos as cervejas e quando íamos deixá-lo em casa, ele disse: Não. Eu vou com vocês uai.
A gente se entreolhou, sabendo do combinado que era deixá-lo em casa e sair só em meninas (solteiras), diante do olhar de por favor que a Ana fez, foi lamentável, levamos ele também. Chegamos num barzinho underground que costumamos ir nessa outra cidade e meu dia clareou, finalmente algo poderia dar certo, estava tocando uma banda cover do System of a Down e a gente nem sabia, foi surpresa total, eram uns meninos novinhos deviam ter no máximo 18 anos, mas tocam igual gente grande. Fiquei boquiaberta, juntamente com o resto do público. Como o H é enorme e tem cara de mau, ninguém se aproximou da gente sequer pra pedir um isqueiro, já que não íamos conhecer ninguém mesmo, o jeito era beber e isso eu fiz/faço com gosto. Cerveja gelada, calorão, maior sonzera, um pessoal diferente, fui animando aos poucos e quando me dei conta estávamos eu e a Mônica bem longe do casal, paramos ao lado do balcão do bar, onde a vista era nítida e dávamos um certo espaço pro casal conversar e se acertar. Quando voltamos, a Ana parecia o próprio sol de tanto que brilhava e me vi no lugar dela, se fosse eu, estaria radiante também. Pensei em tudo que a gente passa com uma pessoa, o tanto que essa pessoa pode nos fazer chorar, mas só de estar perto, só de conversar já muda o dia, se pedir desculpas então, instantaneamente a gente apaga um caminhão de mágoas, mesmo que um dia elas voltem e a gente sabe que voltarão mas ainda assim, é melhor estar perto. Inevitável pensar e se... E se eu voltasse atrás, e se eu não tivesse parado com tudo? Efeito do álcool? Talvez rs, bem provável, junto com as musicas do System que, entre outras, eram nossa trilha sonora. Alcoolizada e com esses pensamentos na cabeça, minha noite não durou muito, apesar das risadas e conversas atualizadas, a noite não foi um terço do que eu esperava, em parte my fault, eu mesma estava com a cabeça em outro lugar, em outro assunto. O show acabou, tomamos umas quatro saideiras em outro bar e voltamos pra Aldeia, deixamos o H surpreendentemente sozinho na casa dele, ela que não quis ficar com ele, ninguém falou nada até ele descer do carro, fomos embora tentando entender o motivo, ela disse que o convidou pra ficar na casa dela mas ele não quis e nem ela quis ficar na dele. Fiquei com cara de “hã” né, vai entender esses dois. Ninguém questionou.
Só por hoje...


* texto antigo, uns 3 meses ou mais, porém atual pois nada mudou rs.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Let it go...


Faz um tempo que eu acabei com tudo, uns cinco meses mais ou menos. Excluí todos nossos contatos, principais fontes de conversas e encontros, sem satisfação alguma, eu simplesmente excluí. Ele ligou, quis saber o motivo, eu tinha motivo e expliquei. Deixei a decisão na mão dele, ele foi lindo como sempre me entendeu, pediu desculpas e jogou a decisão de volta pra mim e eu tomei, apesar de tudo eu tomei. Resolvi parar, foi difícil e eu tremo só de lembrar, não tive coragem de apagar o numero do telefone (e as mensagens), não tive coragem, não tenho coragem e já tentei, juro, mas não consegui, estão lá, o numero e as mensagens, na letra N de “ não ligar =x ” e não liguei, nunca mais. Vi que deixei ir longe demais, foi culpa minha mesmo, era o melhor amigo, ele quis, eu quis e aconteceu, e durou mas eu parei, parei pra não ficar como uma amiga que já vai pra 10 anos numa situação parecida, o cara já trocou de namorada três vezes e ela sempre ficando como a outra. Eu concordo que existem casos e casos, no dela, tem alguns motivos financeiros eu acho, que inviabilizam o relacionamento. No começo ela nem se importava, era só um cara que ela pegava, mas 10 anos é muita coisa e surgiu daí um caso sério onde ela é a principal prejudicada, e ser a outra não é mais o suficiente. Confesso que nunca dei muita bola pra historia deles, sempre preferi não opinar por achar que ela estava sendo enrolada e que devia tomar uma atitude, e olha onde eu fui parar, palmas pro destino. But... eu tomei minha decisão, pulei fora e embora ainda sinta falta, não me arrependo. Não mais. Entendi que se não tá legal, se não tá certo, EU tenho que pular fora, a mudança deve começar por mim, conformismo nunca foi minha praia. Espero que as amigas que passam por casos  assim (parecidos ou não) também entendam que quando a gente faz acontecer, o universo conspira pra dar certo. E vai dar... Beijocas suas lokas!!!

Só por hoje...


Texto antigo, mas atual!!