A gente pensa uma coisa, acaba escrevendo outra e o leitor entende uma terceira e, enquanto se passa tudo isso, a coisa propriamente dita começa a desconfiar que não foi propriamente dita. Mário Quintana

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Qualquer balaco ilegal ou proibido...


O Forró da Lua Cheia é uma das festas mais tradicionais na região, acontece uma vez ao ano no Vale das Grutas um hotel fazenda da cidade vizinha. O nome da festa deve se à imensidão da lua nessa época, o show é num campo aberto e muito muito alto, dá pra ver umas duas cidades lá de cima. O palco é estrategicamente posicionado contra a lua, que faz com que vejamos o show e a lua ao mesmo tempo. A música, o ambiente e aquela fumacinha no ar dão um aspecto místico que emociona muita gente. Eu vou nesse Forró desde que comecei a sair de casa, e antes mesmo de sair eu já morria de vontade de ir. Esse ano será a 22ª edição. Dizem que nas primeiras edições o palco era menor a festa era só pra conhecidos, clientes, amigos do dono e o ritmo era só forró mesmo, com o passar dos anos os estilos foram mudando, a popularidade da festa foi crescendo e hoje ela é bem mais abrangente, tem blues, reggae, músicas regionais mas o último show do sábado lá pelas 4h da madruga é sempre forró. Os shows principais são MPB, já vi lá Nando Reis, Zeca Baleiro, Elba Ramalho, Zé Ramalho, Alceu Valença, Jorge Ben teve até o Grande Encontro, que eu não vi porque era muito nova minha mãe não deixou eu ir, esse ano tem Lenine. Espero um dia, quem sabe, ver Vanessa da Mata ou Seu Jorge naquele palco. S2
A festa funciona assim: Você pode comprar o ingresso para os três dias e acampar a beira de um lago lindo, muitas pessoas acampam, teve vez em que as barracas invadiram o estacionamento pois não cabiam no camping. Também tem os chalés, são mais caros mas pra quem não abre mão do conforto é a melhor opção. Pra comer tem as feirinhas de salgados e comidas diversas, pra almoço e janta tem o restaurante self-service ou quem preferir pode levar a própria comida e/ou fazer churrasco que pra mim é a melhor opção. Pela manhã, quem não está desmaiado na barraca pode curtir o som no camping mesmo, a galera leva violão, canta e faz festa nas tendas, pro som não parar tem postes de energia espalhados pelo camping, o povo sempre leva um radinho pra garantir a barulheira (boa) não vale sertanejo, funk, rap nem pagode. À tarde começam os showzinhos num palco menor perto da piscina, normalmente são bandas regionais de forró, blues e rock anos 70. No começo da noite, o povo corre pra pegar a fila do banho, tem uns cinco banheiros imensos com duchas de fora a fora, mas o contingente também é grande então dá pra perder um bom tempo na fila, vale lembrar que o frio nessa época não perdoa e a água é só morninha, pra curar qualquer ressaca.  Como já sou acostumada, tenho uma lista de itens necessários no forró, já passei apuros lá algumas vezes e hoje tenho meu quite sobrevivência, lógico que pra tudo damos um jeito mas sem duvida o primeiro item indispensável é o dinheiro, e bastante, pra poder aproveitar tudo não só a festa, dá pra fazer  trilhas, conhecer a gruta e as cachoeiras, andar a cavalo (pra quem gosta e não está de ressaca). Convenhamos, depois de uns goles a vontade de cozinhar se esvai. Outra, com a festa bombando o negócio é pegar um lanche, uma pizza e comer no meio do povão vendo os shows. E o principal, por mais que levemos bebida ela sempre acaba antes da festa, não sei como, já levei o suficiente pra semanas e tive de comprar mais lá dentro, isso quando não acaba no primeiro dia. Deve ser a fada das bebidas ou os duendes do forró que limpam as barracas enquanto dormimos. Importante... Lá tudo é muito caro, não passa cartão, não tem caixa eletrônico e em hipótese alguma deixe a carteira na barraca, nunca me roubaram uma moeda sequer mas a probabilidade de você encontrar sua barraca de madrugada entre tantas outras tão parecidas é 10 em 100 (isso se não tiver bebido nada rs) e caso você esteja dividindo barraca com amigas a probabilidade de pegar a barraca vazia é de 1 em 1000, invariavelmente. O segundo item e não menos importante é o remédio, se possível levo uma farmacinha, nunca se sabe né, mas engov e neusaldina  já tá de bom tamanho, não podemos deixar que a ressaca estrague a festa, e a fazenda é no meio do nada, não dá pra ir à cidade pra buscar um remédio, perderia uma tarde inteira. Quem não pode ou não quer passar o fim de semana afastada do mundo, e quando digo afastada é afastada mesmo, pois lá não pega celular, não tem internet, o único meio de comunicação é um orelhão, pode ir só no sábado pra ver o show, o ingresso é metade do valor do camping e não dá acesso a ele, mas sempre tem uns que entram afinal balada, bebida e barraca juntos é o crime. A padroeira do Forró é a Cissa, ser mitológico habitante do Vale, reza a lenda que nos primórdios do Forró um casal estava curtindo a festa em meio à musica, álcool e bruma canabiana, Cissa se “perdeu” do namorado que desesperado entrou no camping de madrugada gritando o nome da amada, acordou todo mundo com os gritos, o pessoal acampado resolveu ajudá-lo e todos puseram-se a chamá-la pelo Vale, logo os ânimos foram se exaltando diante da busca em vão, surgiram rumores de que ela estava escondida na barraca de algum marmanjo por lá. Começaram a acoplar palavrões como Cissa vadia, Cissa vagabunda ou piores, sempre inovando, mas a Cissa mesmo nunca mais apareceu. E até hoje durante a madrugada e início da manhã o pessoal chama por ela, incansavelmente, algumas vezes (eu presenciei), uns filhos da "Cissa" chamavam-na com megafones, ou seja, ninguém dorme. Esse ano combinei comigo mesma de não ir, até agora estou firme na minha decisão. Se eu faltar, será a primeira vez em 10 anos. A festa começa dia 29 e tenho tantas histórias e boas lembranças que estou coçando de vontade de ir. Mas se irei ou não, god knows. 
Só por hoje...
















segunda-feira, 18 de junho de 2012

Hibernada


Sempre fui apaixonada por TV e musica, já falei 50x mas esse é pro povo entender que apesar do isolamento eu to bem, to cuidando do corpo, da mente, da casa, enfim to dando um tempo de balada, não estou em depressão (viu M) e nem penso em me matar kkkkk. Quando era menor, assistia muita minisserie e novelas, seriados não eram tão acessíveis, mas os que tinham na época eu vi todos. Tenho 20 e poucos anos e estive pensando nunca foi tão fácil encontrar as coisas como está agora. Antes da Sky, já fazia uns seis meses que eu não ligava a TV, acho inclusive que isso foi um presente do universo pra testar meu empenho em não sair de casa, porque agora começam as principais festas na região, sábado que vem tem João Rock, no próximo Forró da Lua Cheia, e depois a principal festa da Aldeia, fora os arraias que são tão fortes no interior, e as AMIGAS não se conformam com meu isolamento, ainda chamam pra todas as festas, mas aos poucos elas se acostumarão (assim espero). Uma amiga até me alertou que posso estar suprindo a falta de algo vendo tanta série.
Ah vá, serio???
Eu que já supri essa falta com muito álcool, baladas e bocas alheias, dessa vez mergulhando em séries, considero uma puta evolução. Como esse “algo” tem nome, endereço, um numero de celular que não sai da minha cabeça e uma forte tendência a me desviar do caminho das virtudes, to evitando pensar nele, e seriado é o principal remédio. Acabei Game of Thrones, Spartacus (benzadels viu), Fringe, Weeds, Walking Dead, How I met Your Mother, Dexter, até o Lost que já acabou há tanto tempo e que eu não tinha visto tudo, agora estou na 6ª temporada do Grey’s Anatomy, já baixando Friends que não tenho completo e Big Bang Theory que vi só a primeira. Os principais beneficiados nesse caso são: meu fígado que está privado do álcool e meu inglês que está só melhorando (I’m rocking).
É difícil falar qual é a melhor, pois depende muito do gênero e da fase da vida em que eu assisti, cada uma tem seus méritos. Já amei o Dawson’s Creek, o O.C, o Gossip Girl, Smallville, One Tree Hill e passou. Pra mim, no topo de todas as séries está o Sex and the City, não sei dizer se é a melhor (acredito que seja) pois foi a única que eu COMPREI o box com todas as temporadas e nunca me cansei de ver, foram as melhores risadas da minha vida.
Eu baixo cerca de 10 episódios de seriados por dia e assisto com a mesma gula, o que atrapalha um pouco é a faculdade. Já passei séries pra algumas amigas, viciei algumas também, mas nenhuma como eu. Uma delas, a “O” nem assiste, a nóia dela é baixar, baixa pra mim, pra ela, pro pai dela enfim, é minha principal fornecedora.
Um tempo atrás entrei no twitter e ri muito de uma postagem dela, tava assim: SOPA?? Deixa eu checar se a Aldeia já foi presa!!! (Pensei: Eu né!? Se ela não foi, eu jamais serei).
Graças a Alá ninguém do FBI nos procurou ainda rs. Meu HD ta implorando pra eu parar, compro umas 20 mídias de DVD por mês pra aliviá-lo, tenho consciência de que já virou um vício, mas não posso evitar, qualquer tempinho que eu fico em casa já quero ver alguma coisa. Quando fiquei sabendo do sopa confesso que entrei em pânico e baixei desesperadamente tudo que eu consegui. Por sorte alguns sites resistiram, tá mais complicado encontrar as séries ou temporadas mais antigas mas nada que um pouco de esforço não resolva. Creio que ficará cada vez mais difícil postar no blog mas difícil não é impossível, alguma coisa eu postarei rs. E como isso pode ser só uma fase (amém), um dia eu volto com tudo. Tenho uns textos antigos quase prontos, fui adiando e acabei esquecendo mas conforme for terminando vou postando, alguns inclusive poderão estar sem final, pois certamente não lembrarei dos detalhes.
Só por hoje.