A gente pensa uma coisa, acaba escrevendo outra e o leitor entende uma terceira e, enquanto se passa tudo isso, a coisa propriamente dita começa a desconfiar que não foi propriamente dita. Mário Quintana

sábado, 15 de setembro de 2012

Divag(ando)...


Um tempo atrás vi um filme impressionante que sempre ouvi falar mas sequer sabia do que se tratava, chama Vicky Cristina Barcelona do famosíssimo Woody Allen. Apesar de adorar filmes, não sou de pagar pau pra diretor, já vi outros dele que em nada me inspiraram, porém não sei se pela fase da vida ou a vibe do dia, esse me cativou.  Sobre o filme eu falo outros dia (talvez) achei tão mágico que a rasgação de seda poderá enjoar. E a Penélope Cruz que eu sempre achei uma água de salsicha, estava (me falta adjetivos) foi de longe o melhor papel da vida dela, merecia um Oscar rs.
Em algum momento no filme ouvi uma frase em especial, na hora anotei mas perdi sei lá. É meio que um conselho que a tia de uma das meninas dá, claro que não em forma de conselho, ela simplesmente cita a frase em uma conversa mas a câmera fecha na cara da Vicky e obriga a gente a perceber a grandeza da poesia.
A frase é mais ou menos assim: Só o amor não correspondido é romântico. Na hora me veio a mente uma musica interpretada por uma tal de Elis Regina que diz: Pergunte ao seu orixá, amor só é bom se doer. Depois ainda lembrei de outra frase que dizia algo semelhante, não vou citá-la pois não tenho memória pra tanto. Enfim já me peguei pensando no assunto por vezes incontáveis e, contrariando algumas das ideias que tinha sobre relacionamento, achei que tanta gente grande falando a mesma coisa, até que podiam ter razão. Deve ser a sabedoria dos antigos, a experiência que só o tempo nos traz.
A emoção de um relacionamento está na incerteza, na busca por sinais de reciprocidade, o ser humano é carente e possessivo. A espera é o martírio de quem ama, esperar uma palavra, uma mensagem ou uma ligação, enquanto luta consigo pra não dar o primeiro passo. A cobrança e o atrito são inevitáveis, discussões onde a gente sempre perde quando ganha, ou, sempre ganha quando perde. Muitas vezes entregamos uma peça pra vencer o jogo, e nesses casos o vitorioso demora um tempo pra ser definido.
Eu quero a sorte de um amor tranquilo, dizia Cazuza. Imagino o porre que deve ser esse tal amor tranquilo que ele pedia, pode ser bom pela segurança que se tem, pela certeza de que o outro ama e que quer ficar ao seu lado pra sempre apesar de que pra mim, esse não era o estilo Cazuza de amar (talvez por isso ele o pedia), mas amor tranquilo não vira filme, não dá ibope e principalmente não é lembrado. Duvido que alguém alcança esse tipo de tranquilidade sem enfrentar antes uma guerra.
E pode ser isso mesmo, com os amores loucos a gente quebra a cara, perde todas as fichas, derruba convicções e princípios pra aprender a entender e valorizar os tranquilos, mas não sei, ainda não cheguei lá.
Engraçado é perder horas do dia filosofando acerca da vida e seus sentidos, não chegar a lugar algum e saber, é claro, que nem vai chegar. Serão somente pensamentos e considerações a respeito. E é frustrante não encontrar respostas, não por falta de procura mas por saber que tantos já procuraram e falaram sobre o assunto e também não chegaram a lugar nenhum. Eu quero ter no que acreditar, não pode ser em vão, não faz sentido. Minha esperança em meio a tudo isso é de que um dia (viva ou morta) tudo seja esclarecido e faça o maior sentido do universo, mesmo que hoje eu não tenha a capacidade de compreendê-lo. Tô Socrática, só sei que nada sei.

Eternamente...