A gente pensa uma coisa, acaba escrevendo outra e o leitor entende uma terceira e, enquanto se passa tudo isso, a coisa propriamente dita começa a desconfiar que não foi propriamente dita. Mário Quintana

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Inclassificáveis (Arnaldo Antunes)



 que preto, que branco, que índio o quê?
que branco, que índio, que preto o quê?
que índio, que preto, que branco o quê?

que preto branco índio o quê?
branco índio preto o quê?
índio preto branco o quê?

aqui somos mestiços mulatos
cafuzos pardos mamelucos sararás
crilouros guaranisseis e judárabes

orientupis orientupis
ameriquítalos luso nipo caboclos
orientupis orientupis
iberibárbaros indo ciganagôs

somos o que somos
inclassificáveis

não tem um, tem dois,
não tem dois, tem três,
não tem lei, tem leis,
não tem vez, tem vezes,
não tem deus, tem deuses,

não há sol a sós
aqui somos mestiços mulatos
cafuzos pardos tapuias tupinamboclos
americarataís yorubárbaros.

somos o que somos
inclassificáveis

que preto, que branco, que índio o quê?
que branco, que índio, que preto o quê?
que índio, que preto, que branco o quê?

não tem um, tem dois,
não tem dois, tem três,
não tem lei, tem leis,
não tem vez, tem vezes,
não tem deus, tem deuses,
não tem cor, tem cores,

não há sol a sós
egipciganos tupinamboclos
yorubárbaros carataís
caribocarijós orientapuias
mamemulatos tropicaburés
chibarrosados mesticigenados
oxigenados debaixo do sol


Uma música antiga que diz muito, aconselho ouví-la, é de uma sonoridade impar e o show do Arnaldo é ótimo, uma viagem, tanto que pouco me lembro rs. 
Só por hoje...

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Agora só o copo!!!



Sábado passado tive a oportunidade de ver o jogo de vôlei da seleção brasileira (pela tv lógico), falo oportunidade pois raramente consigo ou mesmo tento levantar antes das 11h nesses dias, enfim não sei como, mas fiz essa proeza e quando liguei a tela, lá estavam eles em quadra contra o time de Porto Rico, decidi acompanhar pois o vôlei foi o esporte que mais me cativou na época da escola. Quem me vê hoje, sem coragem de atravessara rua à pé, chora de rir quando digo que já fui esportista e é a mais pura verdade, eu era muito ativa e devido ao pouco peso e grande agilidade me destaquei em vários esportes, após tentar basquete que é uma comédia pra quem sabe minha altura, atletismo onde eu mais ganhei medalhas e futsal que eu joguei também e apanhei tanto que desisti, um dia tomei uma cotovelada no peito que quase me fez cometer meu primeiro assassinato e, finalmente descobri a beleza do vôlei, comecei na escola em interclasses e modéstia a parte eu jogava muito, arrasava na minha sala, lembro que na 6ª serie nós levamos as cobiçadas medalhas douradas e quando faltava alguém nas outras salas ou séries  eu ficava toda orgulhosa por ser sempre uma das convidadas a substituir, meu forte era a defesa e o levantamento, na defesa eu caprichava nas mergulhadas, salvava bolas inacreditáveis e não tinha medo de cortadas, já no levantamento eu me destacava pelas jogadas perfeitas em que só não cortava quem não quisesse, os pontos fracos eram ataque e saque, no ataque como não tinha altura não fazia cortadas maravilhosas, mas conseguia alguns pontos, já meu saque era triste, não fazia feio mas nunca consegui mandar um saque viagem aqueles de jogo mesmo, essa era minha missão, infelizmente falhei. Como na época eu morava bem perto da escola, as meninas do bairro eram também as meninas da sala e juntávamos todas para treinar na quadra, quando não, na rua de casa mesmo, aquela era a rua do vôlei, esticávamos uma corda do portão da minha casa até a árvore da casa de frente que também era de uma dessas meninas e ficávamos a tarde toda acertando boladas nos carros dos vizinhos, lembro do trabalho que dava desencardir os braços devido à sujeira da bola que molhava e rolava pela rua. Passado um tempo conheci uma galerinha que treinava no ginásio da cidade e jogava nos campeonatos da região, o time era masculino, mas como são poucos os homens que gostam de vôlei, sempre precisava de alguém pra completar o time, nós meninas éramos as vítimas opções nesses casos, o que não era de todo ruim pois treinando com meninos, não tinha time feminino páreo pra nós, e assim fui convidada junto com umas amigas à jogar no time do bairro, jogamos duas temporadas e minha carreira acabou ai, apareceu um convite para treinar no time feminino da cidade e jogar na região, para isso eu teria de viajar com o time e ai sim acabou minha festa, o marido da minha mãe deu a palavra final que era NÃO e minha mãe não fez nada por mim. A partir daí não joguei mais, hoje eu até entendo que não teria ido muito além do time da cidade, mas não foi certo me impedir de tentar.  Depois de muitas brigas acabei desistindo de jogar, mas guardo na lembrança o quão divertido era o vôlei, quanta bolada na cabeça, hematomas, pontos suados e sofridos e a emoção que o esporte no incita. Mal vejo as meninas que jogavam comigo, mas a amizade ainda existe mesmo que nostálgica. A última vez que joguei foi há uns dois anos, mas foi numa quadra de areia, com time misto e bem bêbado rs. Do vôlei só sobrou lembranças, sempre que posso assisto aos jogos e prefiro o vôlei masculino tanto pela força e velocidade com que eles jogam, quanto pela beleza dos meninos, meu preferido/sonho de consumo é o Murilo e meu único esporte hoje é o álcool.

Só por hoje.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Transição

O amanhecer e o anoitecer
parece deixarem-me intacta
Mas os meus olhos estão vendo o que há de mim,
De mesma e exata.


Uma tristeza e uma alegria
O meu pensamento entrelaça:
Na que estou sendo cada instante,
Outra imagem se despedaça.


Este mistério me pertence:
Que ninguém de fora repara
Nos turvos rostos sucedidos,
No tanque da memória clara.


Ninguém distingue a leve sombra
Que o autêntico desenho mata.
E para os outros vou ficando,
A mesma. Continuada e exata.


Chorai oh, olhos de mil figuras!
Pelas mil figuras passadas
E pelas mil que vão chegando
Noite e dia.
Não consentidas, mas recebidas e esperadas!



(Cecília Meireles)

sábado, 11 de junho de 2011

Livros pra inguinorantes, por Carlos Eduardo Novaes


 
Carlos Eduardo Novaes
Confeço qui to morrendo de enveja da fessora Heloisa Ramos que escrevinhou um livro cheio de erros de Português e vendeu 485 mil ezemplares para o Minestério da Educassão. Eu dou um duro danado para não tropesssar na Gramática e nunca tive nenhum dos meus 42 livros comprados pelo Pograma Naçional do Livro Didáctico. Vai ver que é por isso: escrevo para quem sabe Portugues!
A fessora se ex-plica dizendo que previlegiou a linguagem horal sobre a escrevida. Só qui no meu modexto entender a linguajem horal é para sair pela boca e não para ser botada no papel. A palavra impreça deve obedecer o que manda a Gramática. Ou então a nossa língua vai virar um vale-tudo sem normas nem regras e agente nem precisamos ir a escola para aprender Português.
A fessora dice também que escreveu desse jeito para subestituir a nossão de “certo e errado” pela de “adequado e inadequado”. Vai ver que quis livrar a cara do Lula que agora vive dando palestas e fala muita coisa inadequada. Só que a Gramatica eziste para encinar agente como falar e escrever corretamente no idioma portugues. A Gramática é uma espéce de Constituissão do edioma pátrio e para ela não existe essa coisa de adequado e inadequado. Ou você segue direitinho a Constituição ou você está fora da lei - como se diz? - magna.
Diante do pobrema um acessor do Minestério declarou que “o ministro Fernando Adade não faz análise dos livros didáticos”. E quem pediu a ele pra fazer?  Ele é um homem muito ocupado, mas deve ter alguém que fassa por ele e esse alguém com certesa só conhece a linguajem horal. O asceçor afirmou ainda que o Minestério não é dono da Verdade e o ministro seria um tirano se disseçe o que está certo e o que está errado. Que arjumento absurdo! Ele não tem que dizer nada. Tem é que ficar caladinho por causa que quem dis o que está certo é a Gramática. Até segunda ordem a Gramática é que é a dona da verdade e o Minestério que é da Educassão deve ser o primeiro a respeitar.

REPACEM ATÉ CHEGAR NO  MENISTERIO DO DR. FERNANDO  ADAD
*Recebi num email, colei na íntegra. Minha pergunta é: 
O quê esse MEC está arrumando? É kit gay, material didático com linguagem coloquial, o errado a gente já sabe, quero ver saber o certo.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Tô tentando..

Hare hare pessoas da Aldeia, what’s up?
Estou meio sumida confesso e não gosto de colocar sempre a culpa no tempo, pois o tempo quem faz somos nós, esclareço-vos que idéias para postagens não faltaram, quanto a coragem infelizmente não digo o mesmo. Ando tão dispersa que estou fazendo trabalhos de escola em dupla pra dividir o problema, eu faço um, o colega outro, assim só me preocupo com pesquisas e prazos na minha vez, feio né? É, dá um pouco de vergonha, mas eu sou forte eu aguento.  
Essa semana reafirmei minha opinião de que o destino é mesmo um fanfarrão, brinca conosco como se fossemos fantoches, meros coadjuvantes numa grande peça teatral, vejam vocês que exatamente após a ultima postagem “E agora José” tivemos as finais de alguns campeonatos estaduais, minha amiga sendo corintiana, me ligou implorando pra eu sair do meu jejum de rua e ir com ela à um barzinho assistir a tão esperada final, como eu queria ver a final do gauchão cujo meu adorado Internacional tinha chances de sair vitorioso, não resisti ao convite, coloquei minha linda camisa colorada e fomos ao costumeiro bar de assistir jogos, chegamos cinco minutos antes do inicio da partida e advinhem... estava LOTADO não cabia mais uma cadeira, o dono do estabelecimento acostumado a nos ver por lá frequentemente, pediu mil desculpas e disse que se quiséssemos entrar teríamos de ficar em pé, minha preguiça falou mais alto e passamos a procurar uma segunda opção, minutos depois chegamos a outro bar que também não tinha mesas vagas, mas tinha cadeiras e sendo a Aldeia do tamanho de uma aldeia, nós conhecíamos algumas pessoas e descaradamente nos achegamos. Os “curintias gambás” perderam aqui, meu Inter foi campeão lá no sul e a tarde já tinha me rendido algumas alegrias, apesar do tanto que fui zuada no boteco, no gol dos azuis todos me olharam pra ver a reação e foi assustadora mesmo, os mais íntimos berraram umas coisas feias na minha orelha, porque sinceramente, vai torcer pro Inter morando em São Paulo, não tem pra onde correr, são TODOS contra mim, mas no fim eu e os não-corinthianos rimos por último e rimos melhor. Para “matar” o restinho de tarde descemos no posto de gasolina (super badalado) aff... e pegamos a saideira, ou pelo menos pensávamos ser, neste momento chegaram dois amigos da “M” minha amiga corintiana, um deles nascido na Aldeia porém não mora mais aqui, o outro um amigo que andava sumido, perdido nas academias da vida. Enquanto conversávamos e bebíamos algumas cevas, trocamos telefones, depois saímos algumas vezes, agora nos vemos quase todos os dias e meu medo se concretizou, se eu não tivesse falado, ou pior, postado que não queria nem sair pra não correr o risco de perder as festas da temporada nada teria acontecido, mas como eu o fiz, to beijando, to curtindo, ele é engraçado, tatuado, ama seriados e hoje tem Forró da Lua Cheia, acampar já sei que não vou, vamos ver se pelo menos consigo ir no sábado porque minha lição eu aprendi, não vou devo mais trocar pessoas legais por baladas nonsense, pelo menos tô tentando, isto é, só por hoje. =)