Sábado passado tive a oportunidade de ver o jogo de vôlei da seleção brasileira (pela tv lógico), falo oportunidade pois raramente consigo ou mesmo tento levantar antes das 11h nesses dias, enfim não sei como, mas fiz essa proeza e quando liguei a tela, lá estavam eles em quadra contra o time de Porto Rico, decidi acompanhar pois o vôlei foi o esporte que mais me cativou na época da escola. Quem me vê hoje, sem coragem de atravessara rua à pé, chora de rir quando digo que já fui esportista e é a mais pura verdade, eu era muito ativa e devido ao pouco peso e grande agilidade me destaquei em vários esportes, após tentar basquete que é uma comédia pra quem sabe minha altura, atletismo onde eu mais ganhei medalhas e futsal que eu joguei também e apanhei tanto que desisti, um dia tomei uma cotovelada no peito que quase me fez cometer meu primeiro assassinato e, finalmente descobri a beleza do vôlei, comecei na escola em interclasses e modéstia a parte eu jogava muito, arrasava na minha sala, lembro que na 6ª serie nós levamos as cobiçadas medalhas douradas e quando faltava alguém nas outras salas ou séries eu ficava toda orgulhosa por ser sempre uma das convidadas a substituir, meu forte era a defesa e o levantamento, na defesa eu caprichava nas mergulhadas, salvava bolas inacreditáveis e não tinha medo de cortadas, já no levantamento eu me destacava pelas jogadas perfeitas em que só não cortava quem não quisesse, os pontos fracos eram ataque e saque, no ataque como não tinha altura não fazia cortadas maravilhosas, mas conseguia alguns pontos, já
meu saque era triste, não fazia feio mas nunca consegui mandar um saque viagem aqueles de jogo mesmo, essa era minha missão, infelizmente falhei. Como na época eu morava bem perto da escola, as meninas do bairro eram também as meninas da sala e juntávamos todas para treinar na quadra, quando não, na rua de casa mesmo, aquela era a rua do vôlei, esticávamos uma corda do portão da minha casa até a árvore da casa de frente que também era de uma dessas meninas e ficávamos a tarde toda acertando boladas nos carros dos vizinhos, lembro do trabalho que dava desencardir os braços devido à sujeira da bola que molhava e rolava pela rua. Passado um tempo conheci uma galerinha que treinava no ginásio da cidade e jogava nos campeonatos da região, o time era masculino, mas como são poucos os homens que gostam de vôlei, sempre precisava de alguém pra completar o time, nós meninas éramos as
vítimas opções nesses casos, o que não era de todo ruim pois treinando com meninos, não tinha time feminino páreo pra nós, e assim fui convidada junto com umas amigas à jogar no time do bairro, jogamos duas temporadas e minha carreira acabou ai, apareceu um convite para treinar no time feminino da cidade e jogar na região, para isso eu teria de viajar com o time e ai sim acabou minha festa, o marido da minha mãe deu a palavra final que era NÃO e minha mãe não fez nada por mim. A partir daí não joguei mais, hoje eu até entendo que não teria ido muito além do time da cidade, mas não foi certo me impedir de tentar. Depois de muitas brigas acabei desistindo de jogar, mas guardo na lembrança o quão divertido era o vôlei, quanta bolada na cabeça, hematomas, pontos suados e sofridos e a emoção que o esporte no incita. Mal vejo as meninas que jogavam comigo, mas a amizade ainda existe mesmo que nostálgica. A última vez que joguei foi há uns dois anos, mas foi numa quadra de areia, com time misto e bem bêbado rs. Do vôlei só sobrou lembranças, sempre que posso assisto aos jogos e prefiro o vôlei masculino tanto pela força e velocidade com que eles jogam, quanto pela beleza dos meninos, meu preferido/sonho de consumo é o Murilo e meu único esporte hoje é o álcool.
Só por hoje.