A gente pensa uma coisa, acaba escrevendo outra e o leitor entende uma terceira e, enquanto se passa tudo isso, a coisa propriamente dita começa a desconfiar que não foi propriamente dita. Mário Quintana

sábado, 2 de abril de 2011

E eu vou beber aqui mesmo!!!


Os nomes dos estabelecimentos por aqui são engraçados, todos sempre seguem a mesma linha, onde mais você encontra um lugar chamado Quintal? Só aqui mesmo e tem história viu, nos anos 90, era o principal point da cidade, localizado perto da faculdade nem precisa explicar o motivo da fama, todos meus tios, primos, amigos mais antigos, alguns hoje estão casados, eram assíduos no peculiar e até então “Bar e Lanchonete Quintal” ah se o nome fosse determinante para o sucesso do buteco... Bem na verdade alguns nomes são, tem coisa por ai que é melhor nem ler, nomes em inglês é um dos casos (aff) já perde o crédito comigo por causa disso. Esse Quintal sempre foi lotado de estudantes, vinham pessoas de toda a região para curtir as noites de azaração na caliente Aldeia e não é difícil encontrar pelas cidades vizinhas, pessoas que ainda lembram saudosamente desse bar, eu como era criança, não me lembro de frequentá-lo na velha guarda, mas devido à trajetória do dito cujo e as histórias que ouvia, fui uma das primeiras a apreciar a idéia da reinauguração, ele hoje está aberto sob nova direção, uma leve alteração no nome que agora é “Quintal Bar” e está bombando novamente, não que seja o melhor barzinho do mundo pra sentar e beber, pois tem de chegar cedo para pegar mesa, o espaço é pequeno e a grande quantidade de pessoas dificulta a locomoção, musicalmente também não é o paraíso, mas sempre tem um showzinho ao vivo e uma quase boate que atravessa a madrugada (para os mais animados), agora, considerando os quatro ou cinco lugares frenquentáveis na cidade, pode-se dizer que o Quintal alcança o pódio, assumo que as noites por aqui não nos dão mesmo muitas opções, algumas são os famosos postos de gasolina onde o povão junta pra beber, boteco pra jogar bilhar até de madrugada, churrascos e festas na casa dos outros e por último o lago, apelidado de Gôla, Lake, e outros nomes desprovidos de criatividade, é um cercado de água que já deu muito problema por aqui, e como costuma ser a última parada de todos que não querem dormir, merecia até um documentário, eu mesma já perdi a conta de quantas vezes já fiquei até o sol nascer. Sei que essa não é a cidade que eu queria que fosse, nem tem todas as baladas e a diversidade cultural que eu gostaria que tivesse, eu moro a 45km e um pedágio de tudo isso, ou seja, com algum esforço dá pra chegar, quando trabalhei por lá, ia de busão e tudo continuava longe. A minha Aldeia é sim cidade pequena, turística, de gente antiga e sistemática, de bairros tradicionais onde ninguém consegue abrir e manter aberto um barzinho até de madrugada, comandada por uns poucos e influentes delegados e donos de comércio, pensam que a cidade é só deles e lógico propiciam que seus filhos ricos divirtam-se em lugares mais variados, o filho do delegado, por exemplo, estava/está na Argentina e a nova direção do Quintal só conseguiu reabri-lo no tal bairro tradicional devido aos parentescos e ligações com esses influentes da cidade. Nessas horas eu faço igual o Simão, pingo meu colírio alucinógeno e chamo a galera pra beber assim mesmo, porque com certeza, não muito longe daqui tem cidade pior.

Um comentário:

Índia disse...

Cada cidade tem seus encantos e um cherto charme peculiar. Pra quem gosta de baladas, curtir a noite, nem que seja às vezes, cidade do interior é complicado, eu vim de uma e da última vez que fui passar férias só tinha um bar que de dia era restaurante e eu quase morri de tédio porque onde moro hoje tem muitos bares legais e não legais e algumas boates.