A gente pensa uma coisa, acaba escrevendo outra e o leitor entende uma terceira e, enquanto se passa tudo isso, a coisa propriamente dita começa a desconfiar que não foi propriamente dita. Mário Quintana

terça-feira, 19 de abril de 2011

Só me restou eles...

Desde a infância minha mãe já conhecia uma tática infalível pra me manter em casa e quieta, comida e televisão com isso nada mais me importava, a programação própria para a fase pueril não me atrai mais, porém meu amor incondicional não foi alterado, me lembro de várias das minisséries antigas como Hilda Furacão, A Muralha, Memorial de Maria Moura, Os Maias, sinto muita saudade dos programas de comédia Os Normais, Os Aspones, Minha Nada Mole Vida, enfim programas irônicos de vocabulário esdrúxulo que me matavam de rir nas noites e madrugadas, cansei da programação comum já faz um tempo e ter TV por assinatura é bom, mas não me convence, é repetitiva, os melhores programas são difíceis de seguir, trabalhando e estudando sobra menos tempo ainda, eu gostava muito do Ponto P (MTV) e do IFY (GNT), uma vez a Fernanda Young disse que ela era fruto da TV, e que tudo o que ela é foi moldado pela TV, naquele momento eu tinha me encontrado pois me sentia exatamente assim, mas hoje a TV aberta não me basta, o IFY nem sei porque parou de passar, era um programa inovador, até então nunca tinha visto nada parecido, ela como apresentadora deixava Angélica, Eliana, Ana Hickmann (Faustão fêmea) e qualquer outra no chinelo, se bem que é outro nível né, pra começar Fernanda Young não é loira (nada contra e não me refiro a inteligência, se bem que nessa comparação caiu muito bem) mas citei por que já foge do estereótipo das apresentadoras, todas com cara de Barbie, ela também é roteirista e escritora, li vários textos e adorei, já os livros, comecei a ler um e desisti, achei desnecessário rs. Fora esses raros programas me sobraram os seriados, não tenho palavras pra descrever, já deixei baladas, jantares, bebedeiras só pra ficar em casa curtindo uma temporada.
Pontos contra, vários: acredito e assumo que são massificadores, instigam um mundo ilusório, de dinheiro, moda, amizades, os que não são americanos são americanizados, fico louca em pensar que terei de esperar uma semana pra ver um episodio inédito e o fato de eu gostar de vários, em todos os seguimentos, comédia (não pastelão), ficção, drama, policial, implica em não conseguir acompanhá-los e acabar perdendo alguns episódios. 
Pontos a favor só um: Eu amo, sempre amei, e foda-se, comecei desde cedo quando via Punk a levada da breca, Alf na Band aos domingos, Blossom que eu chorava pra minha mãe gravar, pois no horário que passava eu estava na escola, o Barrados no Baile eu nunca entendia, era “adulto” demais pra mim, teve um chamado A Família Twist passava na Cultura, nossa eram tantos, não me lembraria de todos, mas o primeiro que marcou de verdade foi o Dawson’s Creek, esse pegou minha transição para a adolescência, tudo tinha a ver comigo, o bairro, a escola, os amigos, primeiras paqueras, depois dele tiveram Sex and the City, Gossip Girl, One Tree Hill, Prison Break, O.C, não necessariamente nessa ordem, e certamente terão outros que me prenderão por horas no sofá, mas como já dizia o poeta o primeiro a gente nunca esquece.
Considero os seriados muito melhor que qualquer novela, aliás, qualquer coisa é melhor que novela, pra mim tudo depende do quê você procura num seriado, eu procuro diversão, e nesse quesito eles arrasam, lógico que em algum momento a casa cai e você sente que aquela frase, ou aquela musica do final do episódio é para você, e como nós sempre esperamos um sinal de tudo na vida, um sinal pra poder ligar para aquele cara, um sinal pra pedir perdão a quem você magoou, um sinal pra você chutar o balde e mandar tudo a merda, pode ser que tiremos algo de bom dessas séries, eu, por exemplo, já aprendi muito com alguns episódios e não convém entrar em detalhes, conheço pessoas que também tem esse vício desmedido, mas comigo é mais forte, fico horas e horas em frente a telinha, quando peguei emprestado o box do Prison Break que nem achava tão promissor assim, eu quase morri, sofri, sorri, chorei, amei e me emocionei com a história e a química do Michael e da Sarah, sem falar da sensação horrível que senti nos últimos episódios, parecia que era comigo, um nó na garganta que só havia sentido antes com os pés na bunda por essa vida afora. Quando comentei com minhas amigas que eu estava de luto pelo Michael, quase apanhei, povão insensível, não tem respeito pela dor dos outros, final de temporada pra mim é sempre triste, eu sei que vou sentir saudade, sempre alguém vai morrer ou não vai acabar como eu gostaria e, invariavelmente eu choro. Chorei com o final do Dawson’s Creek, com o Sex and the City, O.C, Friends, com Prison então... Eu fiquei tocada mesmo, eles sofreram tanto pra ficar junto, o Michael era o homem que todas as mulheres esperam na vida e depois de “salvar o mundo” ele morre? Chorei mesmo, that was unfair. E daí que às vezes eu viaje um pouco imaginando o que eu faria se fosse comigo, afinal, não é essa a intenção? E tem mais, dependendo do episódio consegue até mudar meu humor, sabe quando a gente se prepara pra sair ouvindo aquela música que pode dar um rumo diferente à nossa noite? Caso eu opte por sair, o seriado tem a mesma função, já escolho um que tenha a ver com o momento e vejo na sexta ou sabadão antes de sair de casa, só num pode errar o tema. Então fica a dica, se você está indo pra gandaia é Sex and the City, se quiser cometer uma loucura na vida é Gossip Girl, se pretende salvar o mundo Heroes, se quer que o mundo se exploda House, momentos entre amigos/amigas Friends, questões adolecentes Dawson’s Creek, momento Amy Winehouse é Dexter, a beira do suicídio Desperate Housewives, a beira de um assassinato CSI dá ótimas dicas e é de graça na Record, enfim com musica ou seriado, aperte o play e divirta-se.

4 comentários:

Dinorah disse...

Tanta coisa que não conheço... por aqui tenho somente a Globo - quando tenho, havia a TVE, mas saiu do ar. Fazer o quê? Ver o que dá para ser visto e desligar nas nojeiras - Aliás, a novelinha nova das 6 o Cordel encantado está uma gracinha.
Beijos
Dinorah

Aldeia disse...

Eu vejo essas séries mas são todas gravadas das locadoras ou baixadas da net, a novela do Cordel eu não assisto pq coincide com meu horario de jantar e tomar banho pra ia a aula, confesso que quando ouvi o nome achei promissor, sempre gostei de literatura de cordel e tem uma banda ótima que sempre toca por aqui chamada Cordel do Fogo Encantado, mas novela é assim, começa bem e acaba me decepcionando com um enredo amarrado, cansativo e final previsível, eu sempre espero mais do que ela realmente pode oferecer, por isso me desiludi.
bjão =)

Índia disse...

Eu adoooooro seriados. E muitos programas que você viu na infância e adolescência como Alf (A-DO-RA-VA) e Punky, também vi. Carrossel também me proporcionou momentos felizes. Não tenho TV a cabo porque acho que seria dinheiro jogado fora, assistiria muito pouco. Tenho 2 TVs e só lembro de ligá-las quando vou assistir algum filme e normalmente vejo filme no PC. As inúmeras séries que assisto são baixadas e por um amigo. Vi The O.C. e amava as aventuras daqueles jovens e no fundo acredito os expectadores gostariam de ter uma vida abastada e tão cheia de loucuras quanto a deles. Lost me decepcionou um cadinho. Quero ver Friends, pois na época em que passva, não "entendia" muito bem. Monk e Dexter são séries maravilhosa e Heroes, The walking dead (estacionou na 1ª temporada), Skins, TBBT, True Blood e Fringe têm seu mérito. E quanto aos programas de comédia da Globo de outrora, curtia muuuito também. A comédia da vida privada era uma das minhas preferidas. Aspone era divertidíssima também... Eu eliminei TV da minha vida, o que assisto agora é baixado, notícias leio pela internet, mas posso dizer que há algum tempo a TV era constante na minha vida e trouxe distrações bacanas.

Índia disse...

*espctadores.