A gente pensa uma coisa, acaba escrevendo outra e o leitor entende uma terceira e, enquanto se passa tudo isso, a coisa propriamente dita começa a desconfiar que não foi propriamente dita. Mário Quintana

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Extra, extra, mais uma na Aldeia.

Eu amo minha cidade, amo mesmo, mas acho triste permitirem que um jornalzinho ponta de vila seja um representante oficial das notícias da Aldeia, o “ponta de vila” perdoem-me a comparação, não é a localização do dito cujo, refiro-me às notícias que são veiculadas por ele.
Às vezes parece que os textos são feitos por crianças de dez anos, pois a minha irmã de treze consegue ser mais clara e concisa em suas redações escolares, ou quem sabe são feitos por uma daquelas pessoas que todos conhecemos cuja única atividade em sua amarga vida é ficar sentada, na porta de sua humilde residência criando/disseminando estórias da vida alheia.
Desconfio que a pessoal que escreve, não tenha feito sequer um cursinho de português, vejam uma das pérolas e façam suas apostas:

“No interior do local a dupla de veterinários encontraram grande quantidade de galinhas e um galo, (esses não foi possível capturá-los), galinhas correm muito, voam, fazem muito barulho, é pena para todo lado”.

A notícia falava que a vigilância sanitária encontrou porcos e galinhas num centro comunitário abandonado de um conjunto habitacional aqui na cidade. Creio que o dono dos animais deve tê-los comprado por aqueles dias e estava só aguardando o Natal pra passar os bichinhos na faca, pois o fato ocorreu no final do ano passado.
O problema não é o fato em si, eu também concordo que esses animais não deviam estar lá, mas a “matéria” completa é agressiva, preconceituosa e finaliza ofendendo os moradores com o ditado “quem se mistura aos porcos, farelo come”. Merecia um processo só por ter generalizado chamando os 300 moradores de porcos, fora que manifestou opinião própria sobre o assunto. Como assim??? Se eu quiser saber a opinião de alguém não vou ler jornal e sim blog, Orkut, twitter e derivados.
Um amigo meu tentou emprego nesse jornal um tempo atrás (se é que podemos chamar de jornal), mas desistiu do cargo ainda na entrevista, pois ao conhecer a política da “empresa” rs, a redação, os redatores, e os donos, percebeu que as tais notícias não merecem os papéis onde são impressas.
Esse é só mais um jornal que aproveita da humildade e falta de informação da população para falar e fazer o que bem entende com suas matérias, falando mal, usando termos que dão margem a interpretações propositalmente, não é nada imparcial, tem como única finalidade ofender, apoiando se na liberdade de imprensa.
Acho feio uma cidade ter somente dois jornais e ambos serem tão depreciativos, poderiamos ter um só, mas que fosse sério, bem feito e, se possível condizente com as funções de um jornal. Tenho a seguinte opinião, se não sabe transmitir a notícia, pague alguém que saiba ou, simplesmente não o faça. E os leitores desses jornais ridículos (aproveitando a páscoa, fica a dica) merecem um livro de presente. Vamos ler gibi, bula de remédio, manual de instruções, mas não gastem dinheiro e tempo com esse povo, pra se interar das noticias, se for algo que valha a pena, existem na internet ou mesmo nas bancas de jornais, veículos mais confiáveis, que não precisam ofender nem explorar ninguém pra vender. Assim, quem sabe eles se disponibilizarão a fazer matérias da maneira como devem ser feitas e tratar o povo dessa terra com mais respeito.

2 comentários:

Índia disse...

Nos lugares mais pequenos, como é o caso de Porto Velho, apesar dos 400 mil habitantes, as gafes tanto quanto à gramática quanto à (falta de)qualidade no que se escreve são mais fáceis de se detectar. Quanto menor o lugar, pior é, infelizmente é assim. E às vezes não é por falta de gente competente, isso é fato, como no caso do seu amigo, muitos jornais têm práticas viciadas e são submissos a algum tipo de poder político/empresarial.

Quanto ao colunista/jornalista sei lá quem escreveu a matéria, precisa URGENTEMENTE estudar Concordância nominal, verbal, verbo-nominal... Não que eu seja perfeita em minhas concordâncias, mas PELO AMOR DE DEUS, o sujeito matou as aulas de Concordância e está humilhando a língua portuguesa. Seria perdoável uma pessoa sem estudos e tal, mas é inadmissível para uma pessoa que escreve para um jornal!

Aldeia disse...

Exatamente, eu por exemplo não me atreveria a escrever para um jornal sem um vasto conhecimento das regras da lingua portuguesa, escrevo em trabalhos de escola e quando tenho um "tempim" aqui no blog, nada que me cobre perfeição linguistica, e se eu precisasse arrasar no portuga com certeza estudaria para isso, sinto vergonha pelos que trabalham com a escrita e não tem essa ambição.