A gente pensa uma coisa, acaba escrevendo outra e o leitor entende uma terceira e, enquanto se passa tudo isso, a coisa propriamente dita começa a desconfiar que não foi propriamente dita. Mário Quintana

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Agora eu quero asas.

Não há hoje nessa cidade alguém mais chapada que eu, dias atrás fui atropelada no estacionamento do meu prédio, quando saía com minha moto, um rapaz chegava de carro pra pegar a namorada e esquina você sabe como é, nós só não batemos de frente por que eu joguei a moto pro canto, o que não evitou que o carro acertasse minha perna, resultado pra mim: uma perna ralada e toda roxa, o pé machucado e inchado, um leve gasto com setas e pedais novos, um atestado de cinco dias, muito tempo de repouso pensando na saúde, no amor, nas contas, no trabalho, na faculdade enfim na vida; Resultado pra ele: a lateral dianteira do carro com um leve amassado.
Hoje, já quase sem vestígios dos ferimentos, devido a minha indignação com o trânsito por aqui, resolvi que como diria o grande Raul “eu também vou reclamar“.
Impressiona-me a falta de noção desses motoristas, se é que podemos chamar assim, acho que os principais absurdos cometidos no transito de cidade pequena são, as setas, ah essas setas, tenho certeza, foi ensinado no curso de direção que as tais setas são itens opcionais, meramente alegóricos, pois sempre que tem quinze carros atrás, o da frente faz questão de simplesmente virar sem nenhum comunicado prévio. Outro grande problema é a faixa de pedestre, os motoristas devem competir pra ver quem para mais perfeitamente possível “sobre” ela, nunca, em meus dias de pedestre, consegui atravessar sem ter que desviar de alguns carros. Temos também o PARE, por muitos interpretado como “vai que dá”, o pare é pra deixar bem claro de quem é a vez, se ta muito longe tudo bem, mas se eu tiver que frear por causa do desgraçado, ele vai tomar buzinada, tem também gente que entra na contramão e quando percebe o erro, sai de ré a milhão (uma vadia de saveiro preta fez isso e quase me usou de graxa) na hora, o susto e a adrenalina de quase morrer é tão alta, que mesmo eu,  incapaz de matar qualquer coisa que respire, queria ter uma Winchester 22.
Agora, os idosos no trânsito, esses merecem um parágrafo à parte, eu gostaria com todo o respeito, que fossem caçadas as cartas dos mais tiozinhos, eles conseguem andar a 20 km numa pista que tem limite mínimo de 50, passeiam com as banheiras compradas 0km, acham que são os donos da rua, só porque nasceram antes mesmo da invenção do carro.
Já me disseram que aqui na Aldeia o trânsito é tranqüilo, que não tem congestionamento, que não tem acidente grave, e eu respondi mas tem filho da puta, tem gente que se odeia fica até altas horas em buteco e sai dirigindo bêbado pela rua, tem gente que não tem capacidade de tirar carta mas dinheiro pra comprar carro, se um instruído já faz besteiras imagine alguém sem carta, só pode dar merda.
A fiscalização é torpe e corruptível, nunca vi ninguém ir preso por matar alguém no trânsito e o inconsolável é saber que certo ou errado, em qualquer acidente quem vai pro hospital e raramente sai sem seqüelas é o pedestre, ciclista e o motoqueiro.

Um comentário:

Índia disse...

Olá, seu texto sobre o trânsito é ótimo e concordo com seus argumentos. Essa questão da seta é um problema de toooodos os lugares. Eu me irrito profundamente com isso também!

Mas tenha paciência com os velhinhos, tadinhos, já estão bem cansados.

Um abraço.